"Volúpia"

“Volúpia”
(Marta Rodriguez)

Já era finalzinho de tarde e o sol já começava a se quebrar no horizonte, lindo, um circulo maciço, dourado, irradiando as matizes de um amarelo avermelhado fantástico. Na verdade deslumbrante!

Os tons de branco das nuvens salpicados sobre o azul anil do céu era um convite ao prazer, um prazer que valia a pena aguardar pela entrada da lua e sob ela, varar a madrugada fazendo amor até a chegada do próximo dia que com certeza viria igualmente lindo como foi o dia de hoje.

Não sou muito fã do vermelho em si, tenho uma verdadeira predileção pelo vermelho vinho, essa sim é a cor que desencadeia de mim, a volúpia. Lembrei-me do meu amor, e no quanto esta noite poderia prometer. Tive um súbito arrepio na espinha ao imaginar o quanto esta noite poderia ser gostosa! Ah, meu amor, como quero os seus beijos... Imaginei-os quentes, fortes e apaixonados. Imaginei sua mão carinhosa e macia sob meus cabelos acariciando-me a nuca e trazendo delicadamente a minha boca até a sua. Ah, como é bom sentir o cheiro do seu perfume, o calor do seu corpo, e ver no fulgor dos seus olhos, o desejo que sente ao me possuir, ao fazer-me sua...

Hoje quero ser ousada! Usarei lingerie preta e vinho em pura renda, abusarei da transparência. Quero que esta noite seja memorável! Abusarei dos óleos de massagens, ah, sim...! Quero jogar um jogo diferente, ardente, um jogo de estímulos, de descobrimento de pontos erógenos e, porque não fazer uso do pompoarismo, do kama Sutra, das velas aromáticas, do banhos de Ofurô com ervas, saboreando frutas frescas e muito champanhe... Quero que o prazer seja o agente, o tesão, o vigor a alimentar e a saciar nossas libido, selando em gozos mútuos, a magnitude desta noite...

Uma seqüência de arrepios invadiu o meu corpo, quis comprimir as coxas, mas ao notar que não podia, porque, o pé permanecia no acelerador, acordei do transe erótico...

A estrada estava praticamente livre, não sei para aonde fora o trânsito, porque normalmente àquela hora era para estar congestionada, praticamente parada, realmente eu nunca vi a Airton Sena daquele jeito, então, pensei; os deuses do amor estão do meu lado. Aproveitei a liberdade da estrada para acelerar ainda mais, o velocímetro marcava 120km/h, e pensei; é uma pena que esse seja o limite permitido, porque eu queria mesmo era voar na velocidade das águias...Abri ainda mais o vidro do carro para sentir no rosto, as caricias do vento morno e segui, desejando estar o quanto antes nos braços dele...

Um comentário:

Kau e Amigos disse...

Olá!!!
Muito lindo seu Blog.
E seus escritos? Belissimos.
Parabéns!
Beijinhos da
Kauramm